A Copa na Imprensa: A glória de Messi no tri argentino e mais um fracasso do Brasil

O blog A Caminho do Catar chega ao fim e para encerrar nosso blog especial vamos trazer uma edição especialíssima do quadro Copa na Imprensa que revisitará como foi a Copa do Mundo do Catar que terminou no último domingo com o título da Argentina. 

 

Pela primeira vez a Copa do Mundo foi disputada no final do ano em razão das altas temperaturas no Oriente Médio. O Catar organizou um mundial marcado pelos protestos em favor das minorias, por zebras, as eliminações precoces de seleções como Alemanha e Bélgica e claro, da epopeia argentina. A equipe liderada por Lionel Messi começou a Copa perdendo de virada pra Arábia Saudita, depois Messi liderou a equipe nas vitórias contra México e Polônia que levaram a Argentina ao primeiro lugar do grupo, nas oitavas veio a vitória sobre a Austrália, nas quartas um jogo dramático contra a Holanda decidido nos pênaltis,na semifinal a vitória sobre a Croácia e na final um jogo épico contra a França onde Messi fez dois, mas do outro lado Mbappé marcou três gols e o jogo foi decidido nos pênaltis onde o goleiro Martinez defendeu a cobrança de Coman e Tchouameni mandou pra fora. A Argentina venceu a série por 4 x 2 e se sagrou tricampeã.

  O Brasil chegou como um dos cotados a ganhar a Copa, mas saiu antes do fim. Sob o comando de Tite a nossa seleção não fez uma boa Copa e vivemos poucos momentos brilhantes dentre eles o segundo tempo do jogo contra a Sérvia e o primeiro tempo contra a Coreia. Como nas últimas cinco Copas saímos pela quarta vez na fase de quartas de final num jogo dramático contra a Croácia. Tudo parecia definido quando Neymar marcou um golaço, mas faltando quatro minutos pro fim um lance mudou tudo. O Brasil foi todo pro ataque e permitiu um vacilo fatal abrindo o campo pro adversário trabalhar a bola e fazer o gol levando a decisão pros pênaltis e aí Rodrygo e Marquinhos perderam as cobranças e o sonho do hexa morria mais uma vez. 

A estreia no Lusail contra a Sérvia só valeu pelo segundo tempo onde Richarlison marcou dois gols, o segundo um golaço de voleio.

No segundo jogo no estádio 974 contra a  Suíça o Brasil sofreu 83 minutos pra furar o ferrolho suíço e Casemiro fez o gol salvador da sofrida vitória. 

O último jogo contra Camarões acabou sendo um fracasso. Com um time todo reserva o Brasil joga mal e toma o castigo com o gol marcado nos acréscimos por Aboubakar, gol que fez história porque foi a primeira derrota para um time africano na história do Brasil em Copas.

Nas oitavas o Brasil tem um primeiro tempo avassalador contra a Coreia do Sul e liquida a fatura com 4 x 0, no segundo tempo relaxa e toma um gol dos coreanos. Chegávamos às quartas de final.

E nas quartas de final no estádio Cidade da Educação o Brasil voltava a ficar pelo caminho e de novo um time europeu atravessava nosso caminho. A Croácia cozinhou o jogo o tempo todo e o Brasil ainda conseguiu fazer gol com Neymar, mas comete um erro fatal permitindo o empate croata e nos pênaltis Rodrygo parou em Livakovic e Marquinhos chutou na trave o sonho do hexa que fica adiado. O jogo também foi o fim da linha pra Tite que deixou o comando do time depois de fracassar em duas Copas seguidas. 

A final no Lusail foi histórica. A Argentina chegou a abrir 2 a 0 no primeiro tempo com gols de Messi e Di Maria, no segundo tempo a França ressurgiu com o brilho de Mbappé que fez os dois gols. Na prorrogação os craques voltaram a aparecer marcando gols que levaram a decisão por pênaltis e Dibu Martinez defende a cobrança de Coman e Tchouameni perdeu o pênalti e a Argentina levou a Copa vencendo nos pênaltis por 4 x 2 coroando a gloriosa carreira de Lionel Messi.

A Copa de 2022 aconteceu logo depois da mais acirrada e polarizada eleição presidencial dos últimos tempos. Brasileiros se dividiram e os que estiveram do lado do presidente Jair Bolsonaro usurparam da camisa amarela e eu me mantive neutro. Na Copa acompanhei os jogos torcendo e mantendo olhar crítico no Twitter e assisti os jogos com a TV no volume máximo, foi assim nos cinco jogos. Aqui e no Blog de knunes cobertura de todos os 64 jogos, no knunes tivemos as escalas de transmissão de todas as partidas,  a série Capas da Copa que saiu nos cinco jogos do Brasil onde também avaliei os jogadores.

Nos veículos de comunicação brasileiros vimos a continuação de 2018 quando começaram as reduções. Os jornais publicaram cadernos especiais: Correio Braziliense dedicou quatro páginas diárias, O Globo publicou 32 cadernos diários com 8 páginas assim como a Folha que foi o único jornal a mandar um repórter fotográfico, ou melhor, repórter fotográfica e a escolhida foi Gabriela Biló que fotografa o dia a dia do poder em Brasília, o Estadão publicou a cobertura da Copa dentro do primero caderno pois o jornal desde 2021 adota o formato berliner e as revistas fizeram uma cobertura bem tímida do evento.

Breve histórico da Copa do Mundo de 2022 - disputada entre 20 de novembro e 18 de dezembro em oito estádios separados por 70 km na região de Doha: Al Janoub, Al Bayt, Khalifa International, Ahmed Bin Ali, 974, Cidade da Educação, Al Thumana e Lusail.

• Campeã: Argentina. 36 anos depois do título épico liderado por Maradona a seleção começou mal perdendo de virada da Arábia Saudita e sob o comando de Lionel Messi jogou com a faca nos dentes o tempo todo e coroando com uma final épica e memorável conquistada nos pênaltis diante da França
  
• Vice - campeã: França
• Brasil: Tite foi mantido e o Brasil chegou como um dos favoritos devido à campanha nas eliminatórias, mas faz uma Copa apenas razoável. Com problemas de lesões e improvisos o Brasil chega até às quartas de final onde comete um erro fatal faltando quatro minutos pra acabar a prorrogação contra a Croácia e cai nos pênaltis
  
• Países participantes: 32 (última edição com 32 seleções, a partir da próxima serão 48 seleções)
  
• Gols: 172 - média de 2,68 por jogo
• Jogos: 64
• Artilheiro: Kylian Mbappé (França) - 8 gols

E o blog chega ao fim. Foram 138 postagens contando com essa aqui desde novembro de 2021 onde trouxemos informações, a cobertura dos jogos e esta série que revisitou a história das Copas pela imprensa. Daqui a quatro anos voltaremos com um novo blog especial sobre a Copa e direcionamos nosso olhar para a América do Norte. Muito obrigado a todos, boas festas e até a próxima.