E a série Copa na Imprensa chega ao penúltimo capítulo, a Copa de 2014, a segunda realizada no Brasil.
64 anos depois a Copa do Mundo voltava ao Brasil. O país correu contra o tempo para construir estádios e entregar à tempo, mas tudo atrasou. O país fervilhava com a onda de protestos de junho de 2013 e em plena Copa das Confederações causando preocupação na FIFA. 12 estádios foram modernizados e reconstruídos, entre eles o Mané Garrincha em Brasília, o Maracanã no Rio e o Castelão de Fortaleza, todos com custos elevados sendo o estádio de Brasília o mais caro construído.
A seleção brasileira tinha a grande chance de conquistar a Copa do Mundo em casa e redimir da derrota de 1950, mas o trabalho não começou bem. Mano Menezes foi escolhido técnico depois do fracasso de Dunga e durou dois anos, foi substituído por Luiz Felipe Scolari com Carlos Alberto Parreira como coordenador técnico. O time ganhou a Copa das Confederações em 2013.
O Brasil estreou contra a Croácia em São Paulo na Arena Corinthians. Saímos atrás com gol contra de Marcelo, mas viramos com Neymar marcando duas vezes e Oscar fechando o placar de 3 x 1.
O segundo jogo foi contra a seleção do México em Fortaleza e o goleiro Ochoa se mostrou um paredão intransponível. Resultado, empate por 0 x 0.
O último jogo da fase de grupos foi contra Camarões em Brasília e Neymar marcou dois gols na goleada de 4 x 1 com Fred e Fernandinho fechando a conta.
Veio as oitavas e o jogo contra o Chile no Mineirão. O Brasil saiu na frente com David Luiz, mas Sanchez empatou o jogo. O Brasil poderia ter sido eliminado se a bola chutada por Pinilla não explodisse na trave e o jogo então foi pros pênaltis onde Júlio César brilhou pegando duas cobranças chilenas. O Brasil venceu o jogo nos pênaltis e avançava as quartas.
O Brasil enfrentou a Colômbia em Fortaleza e os zagueiros brilharam na vitória de 2 x 1. Thiago Silva e David Luiz fizeram os gols, mas nem tudo foi alegria na vitória. Neymar foi atingido nas costas por Zuñiga e ele fraturou uma vértebra ficando fora da Copa na reta final, e então veio o pior.
8 de julho de 2014, um dia pra nunca mais esquecer. O Brasil sofria ali sua pior derrota em todos os tempos numa Copa do Mundo e numa semifinal. O jogo com a Alemanha entrou pra história como o jogo que apenas um time jogou e depois do Brasil impor um falso domínio a Alemanha iniciava o massacre com o gol de Thomas Müller, depois se seguiram 6 minutos de terror. Nesse intervalo de tempo a Alemanha fez quatro gols, primeiro com Miroslav Klose que passava Ronaldo como o maior artilheiro de todas as Copas, depois dois gols de Toni Kroos e um de Sami Khedira. Com 5 x 0 no placar contra a torcida começava a deixar as arquibancadas do Mineirão estupefatas com o que viram. No segundo tempo a Alemanha tirou o pé e ainda fez mais dois gols com Andre Schurrle. Oscar fez o gol de honra. Placar final: Alemanha 7 x 1 Brasil, a mais vergonhosa derrota de todos os tempos e até hoje motivo de inúmeros memes e chacotas, enfim, uma derrota eterna bem pior que o Maracanazzo, só que em 1950 elegeram um culpado, o goleiro Barbosa que carregou toda culpa até sua morte em abril do ano 2000, desta vez todos foram culpados no Mineiratzen.
A Alemanha enfrentou na final no Maracanã a Argentina de Lionel Messi. Foi um jogo parelho que só foi decidido na prorrogação com gol de Mario Götze. A Alemanha conquista o tetra deixando de lado a frieza e coroando um processo de restauração do futebol que começou depois do fracasso na Euro 2000 e que colhia os frutos do sucesso. Os alemães se hospedaram em Santa Cruz Cabrália, construíram um centro de treinamento e conquistaram a população baiana. Mesmo nos impondo uma dura derrota os alemães ganharam a simpatia do torcedor brasileiro e impediram uma festa argentina, pois para nós restou o bagaço da laranja pois perdemos da Holanda na disputa do terceiro lugar por 3 x 0.
A Copa de 2014 por ser no Brasil me proporcionou momentos legais, apesar do 7 x 1. Primeiro foi ter colecionado pela primeira vez o álbum de figurinhas oficial da Copa. O álbum veio junto do Correio Braziliense quando eu era assinante, comprei pacotes às pencas e fui trocar as figurinhas que faltava na Banca do Brito na 106 Norte. Tanto é que gostei da coisa e dias depois comprei a versão capa dura, repeti o procedimento e completei os dois álbuns. O outro foi de estar de perto e assistir a dois jogos de Copa do Mundo no estádio Mané Garrincha: assisti a Suíça e Equador e Brasil e Camarões. Deixarei aqui como foram essas experiências em duas postagens no Blog de knunes:https://knfranca.blogspot.com/2014/06/o-relato-de-um-jogo-historico-e.html e https://knfranca.blogspot.com/2014/06/um-dia-pra-ficar-na-memoria-primeira.html.
Comprei os jornais em todos os jogos do Brasil até o jogo do 7 x 1. Desta vez comprei vários jornais: Correio Braziliense, Jornal de Brasília, O Globo, Estadão, Folha, Lance, Zero Hora e O Dia, cheguiei a montar um mural com as páginas dos jornais, comprei as edições especiais da Placar e ainda fiquei com eles até 2015 quando decidi jogar fora, aliás depois da Copa comecei a deixar de lado os jornais impressos diminuindo a compra, reduzi a assinatura do Correio depois da Copa passando a receber somente sábado e domingo até 2016, no final de 2014 assino O Globo digital e passo a ler o jornal carioca no celular e no tablet.
- Campeã: Alemanha. A fria seleção alemã ganhou a calorosa simpatia do povo brasileiro mesmo após ter humilhado o time anfitrião na semifinal ganhou o carinho do torcedor na decisão contra os argentinos. Foi a coroação do trabalho de reestruturação que se iniciou após a vexatória eliminação da Euro de 2000 quando se iniciou o trabalho de garimpar talentos nos clubes.
- Vice - campeã: Argentina
- Brasil: A pressão por jogar em casa abalou o grupo psicologicamente. Depois que trocou Mano Menezes por Felipão a confiança aumentou depois do título da Copa das Confederações, mas no mundial o Brasil jamais apresentou o futebol que fez confiar a torcida. Na primeira fase vitórias inconvincentes, nas oitavas contra o Chile escapamos da eliminação precoce e Júlio César defendeu duas cobranças na decisão por pênaltis, nas quartas passamos pela Colômbia e perdemos Neymar, mas na semifinal a goleada diante da Alemanha foi catastrófica. Na disputa de terceiro lugar tomamos outro chocolate, desta vez da Holanda terminando num frustrante quarto lugar.
- Países participantes: 32
- Gols: 171 - média de 2,67 por jogo
- Jogos: 64
- Artilheiro: James Rodriguez (Colômbia) - 6 gols
Quarta que vem a série chega ao fim para relembrar a última edição do mundial na Rússia.
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