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A Copa na Imprensa: O futebol arte que encantou, mas não levou e o tri italiano

O capítulo de hoje da série Copa na Imprensa traz de volta uma das Copas mais doloridas para o torcedor brasileiro, a Copa do Mundo de 1982 disputada na Espanha.

1982 – Estadão

 Da magia ao pesadelo: os 40 anos da tragédia do Sarriá | O TEMPO

Poster Do Mascote Da Copa Do Mundo 1982 - Naranjito | Parcelamento sem juros

A Copa do Mundo de 1982 seria a primeira com 24 seleções e marcava a expansão do torneio promovida pela FIFA. O Mundial de 82 ficará sempre marcado pelo futebol arte que a seleção brasileira comandada por Telê Santana encantou o mundo com jogadores como Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Éder e outros mostraram um futebol de técnica inigualável, mas que infelizmente não ganhou aquela Copa que acabou nas mãos da Itália, uma seleção que saiu desacreditada, mas que levou o título mostrando força. 












O Brasil jogou a primeira fase em Sevilha e na estreia uma vitória sofrida contra a União Soviética de virada. Os russos saíram na frente com Bal e que contou com a colaboração de Valdir Peres que falhou. No segundo tempo o Brasil virou com os gols de Sócrates e Éder.











No segundo jogo contra a Escócia novo show de bola e de novo contra a URSS saímos atrás com Narey, mas Zico em cobrança de falta magistral empatou o jogo. No segundo tempo o show fica completo com os gols de Oscar, Éder e Falcão. 





O último jogo contra a Nova Zelândia foi mais um passeio brasileiro na despedida de Sevilha. Goleada brasileira com dois gols de Zico, um de Falcão e outro de Serginho Chulapa. 










A imprensa mundial já aclamava o Brasil e no jogo contra a Argentina o Brasil deu mais um show de bola. Zico abriu o placar depois da bomba de Éder explodir na trave. Como nos outros jogos o Brasil sobrava no segundo tempo e fez mais dois gols com Júnior e Serginho. Maradona foi expulso ao pisar em Batista.













Bastava um empate contra a Itália para o Brasil ir à semifinal, mas o estádio Sarriá virou o cemitério do futebol arte em 5 de julho de 1982. Naquela segunda feira de triste memória um certo atacante da camisa 20 chamado Paolo Rossi nos mandava pra casa com três gols de oportunismo. O primeiro escorando cruzamento de Cabrini, o segundo aproveitando uma infelicidade de Toninho Cerezo e o terceiro aproveitando a sobra depois do chute de Tardelli. Três gols que fizeram milhões de brasileiros chorarem entre eles este que vos escreve, pois tinha de 4 pra 5 anos e foi um dia de tristeza profunda. Paolo Rossi nos deixou em dezembro de 2020 vitimado por um câncer.

A capa do Jornal da Tarde, de 6 de julho de 1982

E uma foto que sintetizou muito bem o sentimento dos brasileiros veio das arquibancadas do estádio Sarriá. Tirada pelo fotógrafo de várias coberturas de Copas Reginaldo Manente que trabalhava pro jornal O Estado de S.Paulo a foto mostrava José Carlos Vilela Júnior chorando nas arquibancadas após o final da partida. Manente registrou a sequência e a foto foi parar na capa do extinto Jornal da Tarde no dia seguinte com a manchete: Barcelona, 5 de julho de 1982. A foto de Manente rendeu a ele o Prêmio Esso de Fotografia daquele ano.









A Itália começou a Copa completamente desacreditada pois empatou três vezes na primeira fase contra Peru, Polônia e Camarões. Veio a segunda fase e logo de cara venceu a Argentina e o jogo contra o Brasil foi o divisor de águas italiano com Rossi marcando três vezes. Ele marcaria mais duas vezes contra os poloneses na semifinal e na final contra a Alemanha abriu o caminho do tri italiano. Tardelli e Altobelli fizeram os outros gols na decisão com Breitner descontando. O mundo tinha um novo tricampeão e a Itália igualava o Brasil em títulos. Se restou como consolo pela primeira vez um juiz brasileiro apitou a final de 82 e esse juiz era Arnaldo Cesar Coelho. 


A imprensa brasileira fez uma cobertura expressiva e oito anos depois da Folha fazer cadernos diários  outros jornais brasileiros entravam na onda e desde então em período de Copa do Mundo nossos periódicos dedicam cadernos especiais ao evento. Foi assim no Correio Braziliense, no Jornal do Brasil, O Globo e na Folha. A revista Placar reformulou seu projeto gráfico e brindou o leitor com edições espetaculares sendo que pela primeira vez publicou um guia do mundial, o que seria tradição daqui pra frente e uma edição marcante na derrota para a Itália com a manchete Que Pena Brasil!. Os fotógrafos que foram à Espanha foram: pelo Globo: Aníbal Philot, Erno Schneider, Sebastião Marinho e Luiz Pinto, pelo Jornal do Brasil Ari Gomes, Almir Veiga, Alberto Ferreira e Fernando Pereira, no Estadão o já citado Reginaldo Manente e Alfredo Rizzutti, na Folha o fotógrafo foi Jorge Araújo, pela revista Veja os fotógrafos foram Pedro Martinelli e Ricardo Chaves, pela Manchete os fotógrafos foram Sérgio de Souza e Gil Pinheiro e pela Placar as fotos foram de JB Scalco que faleceria no ano seguinte, Rodolpho Machado e Ronaldo Kotscho.

Claro que não poderia deixar de registrar que esta Copa foi mostrada apenas pela TV Globo e pelas emissoras educativas. A emissora montou um verdadeiro QG no centro de imprensa de Madrid onde trabalharam mais de 150 profissionais. A Copa de 82 foi o último evento de Luciano do Valle como locutor principal da emissora. Foi na voz de Luciano que os brasileiros acompanhavam a Copa, mas tinha quem preferia ouvir pelo rádio e foi na voz de Silvio Luiz na Rádio Record de São Paulo que a emissora conquistou boas audiências. 

Breve histórico da Copa do Mundo de 1982 - disputada entre 13 de junho e 11 de julho nas cidades de Madrid, Barcelona (dois estádios cada), Vigo,La Coruña, Gijón, Oviedo, Elche, Alicante, Bilbao, Valadolid, Valência, Sevilha, Zaragoza e Málaga.
  • Campeã: Itália. A Squadra Azzurra começou mal a Copa e só se classificou por ter feito um gol a mais que Camarões, deslanchou na segunda fase principalmente quando eliminou o Brasil no inesquecível 3 x 2 e acabou com o tri se igualando ao Brasil.
  • Vice - campeã: Alemanha
  • Brasil: Um time que jogava e encantava, assim o time montado por Telê Santana vinha fazendo uma campanha irrepreensível com jogadores talentosos como Falcão, Zico, Sócrates e Cerezo formando o meio campo. Depois de vencer na estreia a União Soviética e golear Escócia e Nova Zelândia o time enfrentou na segunda fase a Argentina e a Itália. Venceu de forma categórica os hermanos, mas no jogo seguinte Paolo Rossi acabou com o sonho do tetra.
  • Países participantes: 24. A FIFA ampliava o número de países participantes expandindo para todos os continentes a democratização do esporte. Foi nesta edição que pela primeira vez um jogo foi decidido em cobranças de pênalti e foi também nesta Copa que tivemos a maior goleada da história: Hungria 10 x 1 El Salvador. 
  • Gols: 146 - média de 2,81 por partida
  • Jogos: 52
  • Artilheiro: Paolo Rossi (Itália) - 6 gols

A série especial volta no dia 17 relembrando a Copa do Mundo de 1986 realizada no México, a Copa de Maradona.

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